A trilogia A Companhia Negra é um dos melhores livros de fantasia medieval que já li. Há tempos, buscava uma alternativa agradável neste segmento, e este me veio por meio de presente, do nobre amigo e colaborador Bardo Viking. O livro foi devorado em dias. O fantástico desta série é que ele trata de guerras em um ambiente medieval.
Logo, pesquisei a fundo e descobri que ele teve mais dois livros publicados contando as histórias da Companhia e suas repercussões e batalhas, pela editora Record. Enquanto escrevo, estou terminando o terceiro e último título, mas já de olho nas outras, na língua original. Em português temos:
- A Companhia Negra – vol.1
- A Companhia Negra – vol.2 – Sombras Eternas
- A Companhia Negra – vol.3 – A Rosa Branca
A comparação, que vem na contracapa, por Eduardo Spohr, de que seria Tolkien encontrando Bernard Cornwell não é exagerada (embora ache que a linha se assemelha mais a este último). Lançado em 1984, Cook produziu vários livros cativantes sobre seus mercenários com uma narrativa que te prende a leitura de forma simples e agradável, fugindo do heroico em Tolkien e indo bem “pé no chão”, com em muitas passagens de Cornwell.
A história é centrada em Chagas, o médico da Companhia Negra, uma das últimas companhias mercenárias de Khatovar. Ele também responsável por registrar toda a história do grupo de mercenários e seus indivíduos, que remonta séculos. Através dele conhecemos os principais personagens: Capitão e Tenente, o sargento Elmo, os magos Calado, Caolho e Duende, Corvo, além de outros, que entram e saem das tramas e subtramas. Não espere ver algo na linha de Game of Thrones, mas personagens cativantes, sim, podem morrer aqui também. Fiquei triste com a perda de alguns.
Sinto-me acompanhando os relatos de um Band of Brothers medieval. O reino em que atuam é dominado por um antigo poder, uma líder chamada de A Dama, que enfrenta a oposição rebelde há anos. Momento de primeira quebra do tradicional é que nossos personagens vão lutar à serviço da vilã!
Calma! Eles não são totalmente anti-herois, mas honrados em seus compromissos e, enquanto ajudam a debelar as rebeliões, acabam envolvidos em outras tramas dos agentes da Dama, os Tomados — seres que foram ressuscitados e que possuem habilidades acima de qualquer ser vivo. Podem ser mortos, mas a muito custo.
Tudo gira em torno de histórias referentes a um passado longínquo onde o esposo da Dama, o Dominador era o verdadeiro Senhor de toda a terra, mas em uma realidade sofrível para o povo. Enquanto a Dama enfrenta oposições, existem os defensores do retorno do antigo Dominador, que está enterrado, mas não morto. Aliás, a diferença de realidade e poder entre um humano a Dama é igual a Saruman, seres muito além da compreensão.
Os livros, muito bem descritos, garantem horas e mais horas de imersão no dia a dia dos personagens desta cativante Companhia enquanto vão sobrevivendo em meio aos golpes duros que sofrem. O primeiro livro marca a épica batalha de defesa da Dama pela Companhia Negra. Já o segundo, trata do retorno do Dominador e o terceiro, o ressurgimento da antiga opositora dos vilões, a Rosa Branca.
#UPDATE #RPG
Uma ambientação de campanha, um suplemento para RPG, da Green Ronin, chegou a ser lançado para o sistema de jogos D20, que ambientava os jogadores no mundo da Companhia Negra. Aos interessados, vocês podem encontrar o livro, chamado “Mythic Vistas: The Black Company Campaign Setting”, disponível na Amazon.
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