Seis histórias, através do tempo, que nos fazem perceber que nossos atos e escolhas permeiam o tempo.
Sempre gostei de novas linguagens no cinema. Dos trabalhos que te fazem pensar e admirar as mudanças no contexto de apresentação da história, fugindo da linearidade. Vários filmes são conhecidos por isso, como “Pulp Fiction” de Quentin Tarantino ou “Amnésia”, de Christopher Nolan. E “A Viagem” (Cloud Atlas) é exatamente isso!
São seis histórias que, apesar de ocorrerem em épocas distintas, possuem uma interligação. É interessante acompanhar como, pequenas atitudes tem reflexos em outros e, até em outras vidas. Como um texto, uma música ou uma ação inspira os próximos, a seguir novos rumos e decidir até o destino das vidas de quem o acompanha.
– Cuidado com o leve spoiler abaixo: –
No século XIX, Adam Ewing (Jim Sturgees) é um advogado enviado, pela família, para negociar a compra de novos escravos.No retorno para casa, ele é salvo do envenamento causado pelo médico Henry Goose (Tom Hanks) por um escravo, Autua (David Gyasi).
Em 1930, o jovem e talentoso músico Robert Frobisher (Ben Whishaw) torna-se auxiliar do experiente compositor Vyvyan Ars (Jim Broadbent). Durante o processo de trabalho, Robert encontra uma crônica escrita por Ewing, em meio aos livros de Ars. E esta é apenas a ponta do novelo na qual se desenrola a trama.
Se os cortes, misturando as cenas, os momentos e as épocas, não fossem feitos, provavelmente este seria um filme um tanto monótono, até mesmo quanto à questão do tempo do filme.
O estilo de narrativa utilizada, ao longo do filme, muito nos recorda o quadrinho Watchman, escrito por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons. Na revista, um gancho, no final da página, sempre se conectava a outro, em um novo ponto da trama, mantendo a fluidez e gerando novas conexões.
Outro grande destaque, são as maquiagens dos atores que, de tão bem feitas, torna-se um jogo para nos fazer identificar quem está fazendo um novo personagem ou apenas está presente na tela, como um coadjuvante ou mero figurante. Fique até o final dos créditos, pois todos os personagens são apresentados e creditados aos atores.
Abaixo, depois do trailer, apresento um infográfico, criado pelo Cinema Blend, que explica as mudanças entre os personagens e o desenvolvimento de seus Karmas ao longo do tempo.
Dirigido pelos irmãos, Andy e Lana Wachowski, criadores da trilogia “Matrix”, são conhecidos, por trabalhar muito a temática de animes e quadrinhos no cinema. “A Viagem” usa muito destas fontes, e se torna uma Graphic Novel, animada na tela do cinema.
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