Esquadrão Suicida – crítica (sem spoilers)

Longa de David Ayer pode ser ótimo ou decepcionante. Depende (também) de sua expectativa.

Um filme de ação a respeito de um grupo improvável, reunido para cumprir uma missão de grande importância. Isto é o Esquadrão Suicida. Uma sinopse à qual você até já deve estar familiarizado, tamanha a quantidade de vezes em que algo do gênero foi produzido. Sendo assim, já se pode dizer que não se trata de um filme altamente original, ou seja, é como a maioria dos blockbusters atuais.

Mas o que você esperava? Um encontro bombástico de vilões onde aconteceria sabe-se lá o quê e que entrasse para a história como o novo Star Wars? Esquece. Isto não vai acontecer. E enquanto você esperar isto dos filmes baseados em personagens do Universo DC, eles irão lhe decepcionar. Esquadrão Suicida é bom? É. É ótimo? Eu achei. É marcante como um filme inovador? Não. E, convenhamos, é cada vez mais difícil de se criar algo completamente original, pois as ideias já usadas vão se acumulando ano após ano. Aceitemos isto. Especialmente em pleno 2016.

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Como todo filme de ação, tem boas sequências. Com o mérito de não se estender muito nos clichês. A história não se foca tanto em uma brilhante cena muito movimentada. Isto pode até incomodar aqueles que pagaram o ingresso para roer as unhas e pular da cadeira. Há cenas de ação, é óbvio. Mas não há exagero nisso.

Os personagens são ótimos. Margot Robbie rouba a cena desde os trailers e entrega uma Arlequina que reúne doçura, violência, imaturidade e loucura. Tudo o que se espera da simpática vilã. Will Smith é mais protagonista do que parecia, e apresenta um Pistoleiro bem humano. Croc é responsável por alguns divertidos momentos, assim como o Capitão Bumerangue de Jai Courtney. El Diablo funcionou bem com suas crises e Katana trouxe um ar distante e misterioso. Magia foi representada de maneira sombria, tipo a principal ameaça de um filme de terror. E o Amarra…. bem, você vai ver. Além destes, temos Rick Flag, necessário personagem para manter o Esquadrão nos eixos, e a sempre manipuladora Amanda Waller, de Viola Davis.

E o Coringa? Bom, este é um caso à parte. Um dos grandes “problemas” do filme pode ser a expectativa criada em torno deste personagem. Desde o início aprovei a escolha de Jared Leto. Acho que ele tem tudo para ser no mínimo tão bom quanto seus antecessores. E continuo achando. Sim, “achando”, sem certezas, pois Esquadrão Suicida passa longe de ser um filme a respeito do Palhaço do Crime. Leto é um Coringa diferente do que já foi apresentado nos cinemas. Há uma certa ênfase em seu poder como criminoso. E a loucura, embora esteja lá, não é explorada a cada cena (e são poucas) em que ele aparece.

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Em um filme com tantos personagens, não dá para esperar que todos sejam muito desenvolvidos e aproximados do espectador. São duas horas de projeção para um tema que facilmente poderia ser uma série de TV. É preciso entender isto antes de achar que tudo será muito bem apresentado. Não dá para ser.

Os trailers não entregaram tanto da história. Porém, podem ter passado a impressão de que o filme seria recheado de cenas engraçadas. Não se iluda. Boa parte delas está nos trailers. E a trilha sonora é, como já se esperava, ótima. Cheia de clássicos do rock! Já o visual pode deixar a desejar, dependendo da sala de projeção escolhida. É, como nos filmes anteriores, muito noturno. Mais ainda em 3D.

Louvável é a construção do Universo DC nos cinemas. A partir do momento em que um kryptoniano foi visto em público, o mundo não seria mais o mesmo. O filme segue bem esta linha de estar muito linkado aos demais (Homem de Aço e Batman vs. Superman). Não passa aquela sensação de “onde diabos está o herói tal enquanto o bicho pega?” Especialmente porque a Liga da Justiça ainda não foi montada. Há uma coerência e a clara sensação de que os fatos ocorridos em um filme impactarão no próximo. Que assim se mantenha!

As críticas não têm sido muito favoráveis. Assim como em Batman vs. Superman, vejo quase uma tendência, na base do “não importa o que eu achei, preciso falar mal, preciso concordar com o que todos estão dizendo”. Cuidado para não deixar isto atrapalhar sua experiência. Vá ver um filme divertido. Vá ver o Pistoleiro de Will Smith. Vá ver a bela Arlequina. Vá acompanhar a criação do Universo DC nos cinemas. Vá comer pipoca. Só não vá procurar um Coringa melhor que o tão destacado de Ledger, ou conferir cada defeito apontado pelas críticas. Apenas curta!

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