Sou um fã de animações. Desde a época em que minha casa não era povoada por crianças. E quando elas vieram, me ajudaram ainda mais a enfrentar os olhares de “Nossa, mas esse cara dessa idade vindo a cinema para ver desenho animado”. Acredito que as animações casam perfeitamente com o cinema, porque permitem a seus “atores” um dinamismo e uma mobilidade que efeito especial nenhum consegue dar a artistas humanos. E sem o risco de você encontrar o protagonista de hoje encarando o bandido na semana que vem.
Entretanto, mais do que os efeitos e as viagens que a animação permite, principalmente depois dos adventos das mais recentes tecnologias, ainda sou apaixonado por uma boa história. Um bom roteiro, uma mensagem que não acaba com o combo da pipoca e aquelas tiradas que nos trazem a sensação de “por que eu não pensei nisso antes?” ainda são, para mim, a essência do que vai ser, em minha opinião, um bom filme ou não. É exatamente o conceito que garantem a Toy Story 3 e MegaMente um lugar de destaque na minha prateleira pessoal.
E é nessa linha que segue Detona Ralph, recente animação da Disney, lançada há pouco em DVD e Blu-Ray. Em que pese o fato de ser uma linguagem bastante focada nos mais novos – o que, naturalmente, impede aquelas galhofas de roteiro conceitualmente mais complexas – o longa traz uma agradável história entre o “vilão” Ralph e o mocinho Félix Jr., do jogo “Conserta Félix Jr.” Entre as confusões aprontadas por Ralph, que quer mostrar que vai além de seu papel de malvado no game, encontramos referências divertidíssimas a clássicos do arcade como PacMan, Street Fighter (com direito a Zangief numa impagável “atuação”), Super Mário, dentre outros.
Além das cenas engraçadas, o filme ainda discute, com uma linguagem bem apropriada aos menores, a questão de aceitar-nos como cada um de nós somos e o quanto isso pode nos ensinar a apresentarmos o melhor da gente. Em um momento onde perfis de redes sociais por vezes valem mais do que a verdadeira personalidade da pessoa, é uma questão pertinente, cujo teor nunca é demais relembrar e reforçar nas crianças (e nos adultos também, por que não, né?).
Entremeando animação, games e uma boa história, Ralph detona o mau humor. E se não chega a fazer o barulho de Woody, Buzz e Megamente é garantia de diversão para todo mundo. Vi no cinema, revi DVD e certamente ainda vai aparecer na minha TV em muitos finais de semana, junto com a molecada lá de casa.
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Raphael Santos é publicitário,sócio da Ilumminatti Comunicação e Design, professor e palestrante. Pai de 5 filhos, é louco por animação, redes sociais e quadrinhos.
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