Por Bardo Viking,
Estamos de volta para a terceira parte da série de artigos O Heavy Metal e o RPG, aproveite para ficar por dentro, se você não leu, nos artigos Parte I e Parte II.
Tá, até que isso foi legal. E o que mais o heavy metal pode fazer por mim?
Referências visuais!
Não, é sério. Dê só uma olhada na capa do CD Throne of the Alliance, do Dragonheart. A próxima vez que você precisar descrever um ou dois cavaleiros ou paladinos em seus jogos, basta usar os dois cavaleiros na capa do disco.
Precisa de um desenho para seu vilão, o Senhor Demoníaco das Trevas da Morte? Veja a capa do CD Vengeance in Black, da mesma banda.
Claro que isso não se aplica apenas a personagens. Quer mostrar uma mansão mal-assombrada iluminada apenas pela luz da Lua? Ora, então a capa do CD Abigail II, parte da carreira solo do cantor King Diamond, será perfeita para você! Quer mostrar uma cripta profana (e de brinde, um pacto feito com uma criatura diabólica)? Use a capa do Masquerade, do Running Wild! Quer mostrar um salão viking durante um banquete? Valdr Galga, do Thyrfing!
Muito interessante!
Bom, tem mais uma coisa na qual o heavy metal pode ajudar seus jogos de RPG, mas isso é algo que tem que ser decidido com todos na mesa de antemão: usar como trilha sonora de combate.
(Algumas músicas podem ser usadas para outras cenas que não as de ação, mas sejamos sinceros – a maioria das músicas de metal são boas é pra descer a lenha nos inimigos!)
Escolher uma boa música para servir de trilha sonora não é tão fácil, no entanto. Lembre-se que o papel da música é o de criar um clima; portanto, ela não pode distrair a atenção do Mestre de Jogo e dos jogadores. O ideal é escolher canções que sejam pelo menos razoavelmente rápidas, razoavelmente pesadas, ou ambos, e que mantenham mais ou menos o mesmo ritmo durante toda a música – não recomendo usar aquelas músicas de heavy metal progressivo que parecem ser três músicas misturadas em uma só, por exemplo. Tente evitar, também, de escolher músicas em que os vocais chamem demais a atenção – por exemplo, músicas nas quais os cantores cantam em um tom de voz agudo demais (como em “Painkiller”, do Judas Priest, ou “Metal is Forever”, do Primal Fear), ou cantam com vozes excessivamente rasgadas ou guturais (como, bem, praticamente todos os cantores de death metal ou black metal), ou nas quais os vocais são muito arrastados (waaaaaaaaaaaaage the waaaaaaaaaaaar… *).
* “Holy Wars”, do Megadeth.
Outra coisa, não se preocupe tanto com as letras da música. Se tudo correr bem, nenhum dos jogadores prestará atenção ao inglês ruim daquele cantor italiano, ou que a música que está servindo de trilha sonora para aquela gigantesca batalha entre exércitos medievais na verdade é uma canção de protesto anti-bélico.
E para finalizar, tenho ainda algumas sugestões de músicas que já usei em meus jogos e que deram certo comigo e meus grupos.
Para cenas de combate:
Blind Guardian – “I’m Alive” (Imaginations From the Other Side), “Time Stands Still (At the Iron Hill)” (Nightfall in Middle-Earth), “Battlefield” (A Night at the Opera), “A Voice in the Dark” (At the Edge of Time)
“A Voice in the Dark”, do Blind Guardian
Dio – “Holy Diver” (Holy Diver), “Push” (Killing the Dragon), “Neon Knights” (na verdade essa é da época em que o Dio cantava no Black Sabbath; especificamente, do álbum Heaven and Hell)
“Neon Knights”, do Black Sabbath
Exodus – “Bonded by Blood”, “No Love” (recomendo as versões ao vivo do Another Lesson in Violence, ou então as remasterizadas – e com um novo cantor – do Let There Be Blood)
Judas Priest – “Metal Meltdown” (Painkiller), “Machine Man”, “Jekyll & Hyde” (ambas do Demolition), “Wheels of Fire” (Angel of Retribution)
Manowar – “Wheels of Fire”, “Hail and Kill” (ambas do Kings of Metal), “The Power” (Louder Than Hell)
Running Wild – “Masquerade” (Masquerade)
Saxon – “All Hell Breaking Loose” (Unleash the Beast)
“All Hell Breaking Loose”, do Saxon
Testament – “Low”, “Dog Faced Gods” (ambas do Low), “D.N.R.” (The Gathering)
Para “aberturas de séries”, isto é, para tocar alguns minutos da música (o suficiente para chegar até o primeiro refrão) antes da sessão propriamente dita começar (recomendo especialmente para jogos de super-heróis):
Scorpions – “Rock You Like a Hurricane” (recomendo a versão orquestrada do Moment of Glory) (não é heavy metal, é hard rock, mas quis aproveitar a oportunidade pra mencionar!)
Stratovarius – “Hunting High and Low” (Infinite)
“Rock You Leike a Hurricane 2000”, do Scorpions
Para cenas em que todos estão reunidos ao redor da fogueira, conversando ou ouvindo o bardo cantar, ou então em banquetes da corte:
Blind Guardian – “The Bard’s Song – In the Forest” (Somewhere Far Beyond), “A Past and Future Secret” (Imaginations From the Other Side), “The Maiden and the Minstrel Knight” (A Night at the Opera)
Rhapsody of Fire – “Forestof Unicorns” (Legendary Tales), “The Village of Dwarves” (Dawn of Victory)
“A Past and Future Secret”, do Blind Guardian
Cenas de festivais:
Elvenking – “Heathenreel” (Pagan Purity)
Skyclad – “Great Blow for a Day Job” (Oui Avant-Garde á Chance)
“Great Blow for a Day Job”, do Skyclad
Bem, é isso. O artigo ficou longo, mas foi divertido escrevê-lo – e espero que tenha sido divertido lê-lo também! Até a próxima! Aproveite agora para ler ou reler os artigos Parte I e Parte II.
Tem uma banda ou música de Heavy Metal que você usa nas ambientações? Alguma arte que é legal e inspiradora para a história ou personagens? Participe comentando suas ideias abaixo. 😉
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