Arco que serve de inspiração para o Homem de Ferro 3 vai fundo no personagem e o evolui
Em 2005, o roteirista Warren Ellis e o ilustrador Adi Granov revolucionaram o Homem de Ferro. A saga Extremis alterou a origem do herói (agora Tony Stark foi sequestrado durante a Guerra do Afeganistão) e trouxe uma nova visão para o Homem de Ferro inserindo uma tecnologia que sacudiu a vida e o universo do bilionário. Foi essa saga que serviu de inspiração para o Homem de Ferro 3 (uma leve inspiração, porque há poucos elementos dos quadrinhos no filme). Sem duvida, se os roteiristas do filme seguissem mais da história de Warren Ellis, o novo filme poderia ser muito melhor.
Cuidado! Se você não assistiu Homem de Ferro 3 e/ou leu o arco Extremis dos quadrinhos, pode parar por aqui pois tem algumas comparações entre as obras pela frente. 😉
O arco das histórias foi desenvolvido em seis partes. É nítido que nas primeiras páginas o roteirista quer mostrar as angústias de Tony Stark. Em vários momentos, os problemas gerados no passado pela criação e venda de armas das Industrias Stark assola Tony. No primeiro capítulo, o herói resolve conceder uma entrevista para um jornalista que está fazendo um documentário sobre “Os Fantasmas do Século XX” e o confronta sobre o impacto das armas criadas e utilizadas nas mais diversas guerras (a entrevista lembra os documentários feitos por Michael Moore). Ao final da entrevista, Tony questiona o jornalista dizendo que assim como ele, os documentários feitos pelo jornalista também não mudaram em nada a situação do mundo em relação à guerra e armas. Fica claro que Warren Ellis quer mostrar esse lado do personagem, os sofrimentos e reflexões que isso trouxe para a vida dele.
Nesta parte da história é apresentado o cientista Aldrich Killian, um dos inventores do vírus e que possui uma participação bem pequena nos quadrinhos se comparado ao filme, onde ele é o antagonista (é sua história totalmente diferente da que aparece em Homem de Ferro 3). A história vai se desenvolvendo até o momento que Mallen (o hospedeiro do vírus Extremis) confronta o Homem de Ferro. Os poderes de Mallen são basicamente os mesmos que vimos no filme, superforça, aquela forma com olhos vermelhos, disparos de rajadas de fogo pela boca, a única diferença é que ele não explode. Durante a batalha, Tony fica gravemente ferido e Mallen foge em direção a capital Washington.
A solução foi ir até o instituto onde o vírus foi criado e junto à cientista Maya Hansen, injetar uma outra dose do Extremis. Porém, Tony faz algumas alterações no vírus para que se tudo corresse bem ele pudesse interagir com a armadura. Passado alguns momentos de tensão, Tony sobrevive a dose e agora é capaz de colocar a armadura, fazer ligações e interagir com outros sistemas tecnológicos apenas com o pensamento. A partir daí vemos que Tony consegue fazer a armadura reagir bem mais rápido que antes, dando assim um importante upgrade.
A partir dessa saga, Tony pode controlar outras armaduras a distância como vemos em outras sagas que virão depois. Para quem já viu o Homem de Ferro 3, sabe que a introdução desta tecnologia é muito fraca e deixa o espectador sem saber direito como ela pode funcionar. Diferente do que é feito no quadrinho, onde a explicação torna-se plausível e bem inserida no contexto da saga. Em tempos onde vivemos interligados, smartphones, tablets, computadores entre outros, esse arco evoluiu um personagem sem precisar de uma nova armadura, mas sim de algo que os roteiristas do Homem de Ferro as vezes se esquecem nos quadrinhos: tecnologia.
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