Jogue Skyrim. Esta é a melhor dica que se pode dar a respeito do maior lançamento da Bethesda, por mais óbvia que seja. O quinto capítulo da saga Elder Scrolls promete ser um marco daqueles que todo gamemaníaco deve conhecer, sob pena de “boiar” em conversas, análises e comparações por muito tempo.
Um jogaço? Sem dúvida. O melhor da atualidade? Talvez. Perfeito? Nem pensar! Embora consiga atingir metas até então difíceis para muitos jogos, Skyrim deixa claro que a indústria dos games ainda precisa evoluir muito. Passo-a-passo, tem-se uma aula de videogame. Desde o que deve e o que não deve ser feito. As lições de Skyrim trazem à tona algo que a tecnologia às vezes insiste em negar: a única coisa que importa em um jogo é o seu fator diversão. Skyrim diverte, mesmo pecando em inúmeros pontos. Você joga, encontra defeitos, xinga, revolta-se e não consegue parar de jogar. Isto sim é um sucesso!
Gráficos impressionantes, cenários de tirar o fôlego (ah… Sovngarde…), personagens interessantes e muitas, muitas missões. Tudo isto ao som de uma das melhores trilhas sonoras já vistas (ou ouvidas). Skyrim é daqueles jogos que não lhe pedem mais do que trinta segundos para ganhar sua admiração e lhe dar a certeza de que você está diante de algo, no mínimo, marcante.
As possibilidades de evolução e especialização são muitas, bem como as missões secundárias. Skyrim tem uma boa trama principal, mas o foco na liberdade do jogador é tão grande que nem chega a existir um momento de mostrar os créditos e deixar claro que a história acabou. As coisas simplesmente continuam, como a vida. Nada para.
Poucos jogos trazem a liberdade de se explorar um cenário como Skyrim. Praticamente todas as construções encontradas podem ser exploradas. Você pode muito bem estar andando em uma direção e avistar, de cima de uma montanha, uma intrigante e distante casinha em meio a árvores lá embaixo. Se ficar curioso, é só abandonar o que estiver fazendo e começar a descer a montanha, a fim de alcançar a casinha e descobrir quem vive lá, por que tão afastado de tudo e etc. A sensação de estar com as rédeas da ação é grande. O jogo raramente intervém diretamente. Você sempre pode escolher seguir na linha em que está ou simplesmente viajar para uma área ainda não explorada.
Com tudo isso, um grande mapa e milhares de figurantes, Skyrim pode lhe ocupar por mais ou menos do que uma centena de horas. Depende de sua disposição. Segundo a Bethesda, o jogo garante pelo menos 400 horas (!) de material inédito para os mais viciados.
Você deve estar se perguntando: e os defeitos? Para começar, há os defeitos mais simples que qualquer software pode apresentar: bugs. Skyrim é um show de bugs. Cavalos invisíveis, casas que desaparecem, pessoas que insistem em não aceitar sua resposta, criaturas que simplesmente se recusam a morrer, objetos que você pega e desaparecem de seu inventário, missões que não são consideradas completas, enfim: muitos. E a Bethesda, embora constantemente atualize o jogo, pouco parece se importar. Este que vos escreve entrou em contato com o suporte deles, reclamando de um defeito recorrente, encontrado por muitos outros jogadores no mundo (a palavra do poder em Kilkreath Ruins). O técnico respondeu que a melhor saída era recomeçar o jogo, do nível 1. Parece piada, mas infelizmente não é.
Além destes defeitos óbvios, há muitos aspectos em que Skyrim poderia ser melhor. A variedade de inimigos é razoavelmente pequena. O combate não flui. Poucos dos poderes e itens adquiridos fazem jus ao trabalho que dão para serem conquistados. Os personagens raramente mudam a relação com você conforme os fatos acontecem. Enfim, diversos aspectos que tornariam o jogo ainda mais viciante, mas que não comprometem o resultado final. Skyrim veio para marcar os games, pois é um RPG com cara de jogo de ação. Ou talvez seja o maior e mais complexo jogo de ação já criado. Difícil dizer. É mais fácil seguir a dica do início do texto: jogue!
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