UFO: Enemy Unknown, também conhecido como X-COM: UFO Defense, foi um jogo lançado na década de 90 e que deixou muitos fissurados em games de estratégia. Até hoje é considerado o melhor game do gênero nos ultimos 30 anos. Em 2012, a empresa Fireaxis, liderada por Sid Meyer (co-fundador da extinta Microprose), fez um remake do game, atualizando o cenário para contar uma história tão cativante quanto a original, sob o título de “X-COM: Enemy Unknown”. O sucesso de vendas foi estrondoso e conseguiu arrebatar tanto os saudosos fãs do jogo original bem como arrematou uma nova legião de seguidores, repetindo a façanha do original.
Apesar de ser considerado o primeiro jogo a unir estratégia em tempo real com combate tático por turno, UFO DEFENSE/X-COM foi criado por Julian Gollop (Mythos Games) através da Microprose, em 1994, para ser uma sequel de um jogo de sua autoria chamado Laser Squad que foi lançado para o computador ZX Spectrum, em 1988. O projeto tomou forma diferente do que se pretendia e assim surgiu a primeira versão de “X-COM: Enemy Unknown”. O game foi vendido inicialmente para as plataformas Amiga e PC Windows e logo ganhou uma versão para Playstation 1. Na Austrália, Europa e Brasil, o jogo foi vendido sob o título de UFO: Enemy Unknown.
Após o sucesso esmagador de X-COM, a Microprose decidiu lançar a continuação chamada “X-COM: Terror From the Deep”, em 1996, que trazia mais cenários e ampliava a jogabilidade tática ao mesmo tempo levava os jogadores a enfrentar os perigos submersos deixados pelos alienígenas que foram derrotados no primeiro game.
O mercado estava apaixonado pelo X-COM e naquela época outros games nasceram seguindo os mesmos moldes do já tradicional jogo da Microprose. Fall Out foi um deles e devido ao seu cenário pós-apocalíptico, ganhou uma enorme base de fãs e ameaçou eclipsar X-COM. Foi quando Sid Meyer começou a tentar manter a franquia viva e lançou em 1997 o terceiro jogo chamado X-COM: Apocalypse. Esta terceira edição, mesmo tendo sido desenvolvido e escrito pelo criador original Jullian Gollop, se mostrou um total desastre de vendas. Não demorou muito, e por decisão de Sid Meyer, a expansão de Civilization 2 chamada Fantastic Worlds trazia um cenário não-oficial de X-COM em Phobos, uma das luas de Marte. A manobra surtiu pouco efeito no mercado que já estava cheio de outros jogos do gênero e as coisas não melhoraram, nem quando Sid Meyer anunciou fazer um reboot do jogo que iria se chamar X-COM: GENESIS, logo cancelado em benefício de outras necessidades de sua companhia. Nos anos seguintes, foram lançadas outras duas tentativas de ressucitar a franquia com outro molde sem ser o estratégico: X-COM – Enforcer (First person Shooter) e X-COM Interceptor (Space Combat Simulator), ambas fracassos em seus respectivos segmentos.
Jullian Gollop não desistiu tão facilmente e através de sua empresa, a Mythos Games, tentou lançar um quase reboot em 3D de X-COM em 2001 chamado “The Dreamland Chronicles: Freedom Ridge”, mas isso o levou até a beira da falência e o jogo foi cancelado. Somente em 2002, uma empresa tcheca se interessou em comprar a Mythos Games de Gollop e lançar “Dreamland Chronicles” com algumas mudanças sob o título UFO: AFTERMATH que teve duas sequências, já que muitos o consideravam o sucessor espiritual de X-COM. O mercado já estava saturado de jogos de estratégia, mas Jullian resolveu tentar novamente. Ainda em 2002, fundou a empresa Codo Technologies e lançou LASER SQUAD: NEMESIS e em 2005 fez Rebelstar, ambos tiveram sua parcela de vendas, pois o criador manteve a temática da guerra entre humanos e aliens tentando manter X-COM vivo de alguma forma no mercado.
Em 2009, uma empresa independente de Londres chamada Goldhawk Interactive começou um ousado projeto de estilo Kickstarter/Crowd funding onde seria lançando XENONAUTS, um jogo que foi descrito como nem remake ou clone de X-COM, apesar de parecido, seria totalmente ambientado na época da Guerra Fria, tendo toda a jogabilidade original de UFO-Enemy Unknown e novidades táticas que fizeram do mesmo um enorme sucesso na época. O projeto XENONAUTS estava indo a todo vapor, quando a FIREAXIS lançou “X-COM:ENEMY UNKNOWN” em 2012 e causou o ressurgimento da franquia.
A nova encarnação de X-COM era fantástica em diversos aspectos técnicos e narrativos, o que lhe rendeu prêmios importantes da indústria de videogames, porém os fãs mais radicais da franquia viram que muita coisa que existia antes foi alterada e modernizada ou simplificada (time units por exemplo). Dessa forma, a Goldhawk Interactive continuou seu projeto e recebeu o endosso de Jullian Gollop, o criador de X-COM, para continuarem até o fim. Isso atraiu a atenção do público que não estava totalmente satisfeito com o remake da Fireaxis e com um outro jogo derivado de FPS chamado The Bureau: X-Com Declassified. Com todo esse incentivo, XENONAUTS foi lançado oficialmente em 16 de Junho de 2014 e está no momento a venda pelo STEAM.
Como prometido, Xenonauts tem toda a mecânica de turnos inspirada em UFO: Enemy Unknown e vem com melhorias bem interessantes tais como: combate aéreo em tempo real entre até três aeronaves, apoio de unidades militares e policias locais do cenário, transferência de equipamento entre unidades em campo, sistema de cobertura de terreno direcional, capacidade de alterar a munição de unidades veiculares, salvamento de equipamento em soldados (evitando ter que re-equipar uma unidade toda a vez que for se preparar para missão) e até mesmo a capacidade de reposicionar as unidades de combate dentro do transporte aéreo antes de sair em missão.
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