Se hoje o termo “nerd” é popular, deve-se muito à década de 80, que foi quando tudo começou. Esse período pode ser considerado o berço da cultura que serve como combustível para os papos/discussões sobre o nosso maravilhoso universo. Esses anos foram ricos em filmes, quadrinhos, livros, RPG e games, que Ernest Cline, roteirista de Fan Boys, usou como narrativa no fantástico livro JOGADOR NÚMERO 1 – a obra de ficção científica mais vendida em 2011.
A história se passa no planeta Terra em um futuro não muito distante (2045) onde um software de imersão em realidade virtual possui a popularidade de um Facebook, por assim dizer. Imaginem um MMO no estilo Second Life, onde o planeta está sofrendo as consequências climáticas e nós, humanos, usamos esse programa, chamado Oasis para praticamente tudo. Bem no estilo Matrix!
O início da aventura, propriamente dita, acontece quando James Halliday, co-criador do Oasis, morre e deixa um vídeo testamento explicando que para pôr as mãos na sua herança (estimada em bilhões de Obama$) é necessário encontrar os easter eggs deixados por ele! E um grande diferencial é que Halliday (leia Ernest Cline) era obcecado peloa anos 80, então, toda e qualquer obra dessa época pode ajudar a encontrar uma pista, incluindo Dead Man’s Party, do Oingo Boingo:
Começa então a caça ao Ovo de Páscoa de Halliday e o protagonista Wade (no Oasis seu login é Parzival), começa sua jornada, faz amigos, inimigos, como a IOI (empresa que tenta ganhar a competição de qualquer maneira), fica muito famoso. Descobre também que por ser fã incondicional de Halliday e ter estudado sua vida, seus conhecimentos nerds serão úteis do início ao fim. Para não dar spoilers vou me restringir a dizer que nessa jornada veremos magia e tecnologia se encontrarem em uma narração simples, objetiva e bem fluída. Pra quem ainda duvida da autoridade de Ernest Cline em produzir tanto conteúdo nerd, eu convido a conferir a foto dele ao lado de seu DeLorean…
O único ponto negativo que presenciei foi a tradução falha pelo fato da pessoa que a fez não ter esse contato com o universo nerd. Dungeon master no Brasil, seria o Mestre se sessão de RPG e não o “Mestre Dungeon”. Sinceramente, não foi algo que tenha afetado a minha experiência. Acredito que o efeito “transmedia” que o livro causa toda vez que vamos procurar uma referência na internet ou perguntar se nossos amigos lembram de tal clipe, jogo ou filme, conseguiu compensar qualquer problema.
O livro destina-se principalmente ao público nerd que teve a sua adolescência nos anos 80, mas independente da idade, pode ter certeza que as referências não passarão em branco, mesmo porque o livro causa esse efeito de “Eu não me lembro disso, deixa eu pesquisar no Goog- EU ADORAVA ESSA MÚSICA!!”.
Estou absurdamente ansioso para a adaptação para o cinema, uma vez que a Warner adquiriu os direitos do filme que está por vir – ainda sem data. Deixo vocês com um teaser, em inglês, feito para o livro. Que a Força esteja com vocês!
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